sábado, 4 de abril de 2009

ENTENDA UM POUCO SOBRE DISCO RIGIDO ( HD ).

Os computadores são constituídos por uma série de tecnologias que atuam em conjunto. Processadores, memórias, chips gráficos, entre outros, evoluem e aumentam a experiência do usuário. Com os discos rígidos não poderia ser diferente e o padrão Serial ATA (SATA) é a prova disso. Este artigo apresentará essa tecnologia, mostrando seus diferenciais em relação ao padrão Paralell ATA (cuja última versão recebeu a terminologia ATA 133), como funciona e suas vantagens.

Serial ATA x Paralell ATA

O padrão Serial ATA (ou SATA - Serial Advanced Technology Attachment) é uma tecnologia para discos rígidos que surgiu no mercado no ano 2000 para substituir a tradicional interface PATA (Paralell ATA ou somente ATA ou, ainda, IDE).

O nome de ambas as tecnologias já indica a principal diferença entre elas: o PATA faz transferência de dados de forma paralela, ou seja, transmite vários bits por vez, como se estes estivessem lado a lado. No SATA, a transmissão é em série, tal como se cada bit estivesse um atrás do outro. Por isso, você deve imaginar que o PATA é mais rápido, não? Na verdade, não é. A transmissão paralela de dados (geralmente com 16 bits por vez) causa um problema conhecido como "ruído", que nada mais é do que a perda de dados ocasionada por interferência. Para lidar com isso nos HDs PATA, os fabricantes utilizam mecanismos para diminuir o ruído. Um deles é recomendar a utilização de um cabo IDE (o cabo que liga o HD à placa-mãe do computador) com 80 vias (ou seja, oitenta fios) ao invés dos tradicionais cabos com 40 vias. As vias a mais atuam como uma espécie de blindagem contra ruídos.

No caso do padrão SATA o ruído praticamente não existe, mesmo porque seu cabo de conexão ao computador possui apenas 4 vias e também é blindado. Isso acaba trazendo outro ponto de vantagem ao SATA, pois como o cabo tem dimensão reduzida, o espaço interno do computador é melhor aproveitado, facilitando inclusive a circulação de ar.

O padrão Paralell ATA tem sua velocidade de transmissão de dados limitada por causa do ruído. A última especificação dessa tecnologia é o ATA 133 que permite, no máximo, uma taxa de transferência de 133 MB por segundo. O Serial ATA, por sua vez, pode utilizar uma velocidade maior.

Há outra característica interessante no SATA: HDs que utilizam essa interface, não precisam de jumpers para identificar o disco master (primário) ou secundário (slave). Isso ocorre porque cada dispositivo usa um único canal de transmissão (o PATA permite até dois dispositivos por canal), atrelando sua capacidade total a um único HD. No entanto, para não haver incompatibilidade com dispositivos Paralell ATA, é possível instalar esses aparelhos em interfaces seriais através de placas adaptadoras. Muitos fabricantes de placas-mãe oferecem placas-mãe com ambas as interfaces.

Outra novidade interessante do SATA é a possibilidade de uso da técnica "hot-swap", que torna possível a troca de um dispositivo Serial ATA com o computador ligado. Por exemplo, é possível trocar um HD sem ser necessário desligar a máquina para isso. Este recurso é muito útil em servidores que precisam de manutenção/reparos, mas não podem parar de funcionar.


Velocidade do padrão SATA

A primeira versão do SATA trabalha com taxa máxima de transferência de dados de 150 MB por segundo (MB/s). Essa versão recebeu os seguintes nomes: SATA 150, SATA 1.0, SATA 1,5 Gbps (1,5 gigabits por segundo) ou simplesmente SATA I.

É necessário fazer uma observação quanto ao aspecto de velocidade: na prática, dificilmente os valores mencionados (150 MB e 300 MB) são alcançados. Essas taxas indicam a capacidade máxima de transmissão de dados entre o HD e sua controladora (presente na placa-mãe), mas dificilmente são usadas em sua totalidade, já que isso depende de uma combinação de fatores, como conteúdo da memória, processamento, tecnologias aplicadas no disco rígido, etc.

Há outra ressalva importante a ser feita: a entidade que controla o padrão SATA (formada por um grupo de fabricantes e empresas relacionadas) chama-se, atualmente, SATA-IO (SATA International Organization). O problema é que o nome anterior dessa organização era SATA-II, o que gerava certa confusão com a segunda versão do SATA. Aproveitando essa situação, muitos fabricantes inseriram selos da SATA II em seus HDs SATA 1.0 para confundir os usuários, fazendo-os pensar que tais discos eram, na verdade, da segunda geração de HDs SATA. Por isso é necessário olhar com cuidado as especificações técnicas do disco rígido no momento da compra, para não levar "gato por lebre". A SATA-IO chegou a publicar uma nota referente a isso.
HD SATA
HD IDE OU PATA
Tecnologias relacionadas ao SATA

Os fabricantes de HDs SATA podem adicionar tecnologias em seus produtos para diferenciá-los no mercado ou para atender a uma determinada demanda, o que significa que um certo recurso não é obrigatório em um disco rígido só por este ser SATA. Vejamos alguns deles:

NCQ (Native Command Queuing): o NCQ é tido como obrigatório no SATA II, mas é opcional no padrão SATA I. Trata-se de uma tecnologia que permite ao HD organizar as solicitações de gravação ou leitura de dados numa ordem que faz com que as cabeças se movimentem o mínimo possível, aumentando (pelo menos teoricamente) o desempenho do dispositivo e sua vida útil. Para usufruir dessa tecnologia, não só o HD tem que ser compatível com ela, mas também a placa-mãe, através de uma controladora apropriada. Se a placa-mãe é compatível com SATA, é possível que exista o suporte ao NCQ (é necessário consultar o manual da placa para ter certeza).

xSATA: basicamente o xSATA é uma tecnologia que permite ao cabo do HD ter até 8 metros de tamanho, sem que haja perda de dados significativa (uma tecnologia anterior, a eSATA, permitia até 2 metros).

Link Power Management: esse recurso permite ao HD utilizar menos energia elétrica. Para isso, o disco rígido pode assumir três estados: ativo (active), parcialmente ativo (partial) ou inativo (slumber). Com isso, o HD vai receber energia de acordo com sua utilização no momento.

Staggered Spin-Up: esse é um recurso muito útil em sistemas RAID, por exemplo, pois permite ativar ou desativar HDs trabalhando em conjunto sem interferir no funcionamento do grupo de discos. Além disso, a tecnologia Staggered Spin-Up também melhora a distribuição de energia entre os discos.

Hot Plug: em sua essência, a tecnologia Hot Plug permite conectar o disco ao computador com o sistema operacional em funcionamento. Esse é um recurso muito usado em HDs do tipo removível

Conectores e cabos

Conforme já foi dito, o cabo de dados do padrão SATA é diferente do cabo da interface PATA, justamente por utilizar apenas quatro vias. Como conseqüência, seu conector também é menor, como mostra a imagem a seguir

Cabo sata Cabo ide
Além do cabo de dados, o conector do cabo de alimentação também é diferente no padrão SATA. Uma característica importante desse conector é que sua retirada do HD é mais fácil, se comparado ao padrão PATA.

A tecnologia SATA está aí e mostra que veio para ficar. No entanto, ainda há muito para que os HDs PATA saiam do mercado, mesmo porque esses são dispositivos feitos para durar. Não é por acaso que existe no mercado adaptadores que permitem conectar discos rígidos IDE em interfaces SATA

O padrão Serial ATA começou a ser desenvolvido oficialmente no ano de 1997 e surgiu a partir de uma iniciativa da Intel junto com cerca de 70 empresas (fabricantes de discos, computadores e componentes). A idéia foi formada pelo fato das próximas arquiteturas de computadores não serem compatíveis com os atuais padrões de comunicação e consumo de energia. Isso deixa claro o envolvimento da indústria para com a tecnologia e o quanto ela pode se mostrar promissora.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Fonte de Alimentação ATX. ?

Se há um componente que é absolutamente vital para a operação de um computador, este componente é a fonte de alimentação. Sem ela, o computador é apenas uma caixa inerte. Ela converte corrente alternada (CA) em corrente contínua (CC) necessária para o funcionamento do microcomputador. Neste artigo, iremos discutir como fontes de alimentação de PCs funcionam, seus principais conectores e o que a classificação de potência em watts significa.
A Fonte de Alimentação

Em um PC, a fonte de alimentação é uma caixa metálica normalmente encontrada em um canto do gabinete. A fonte de alimentação é visível na parte de trás de muitos microcomputadores porque ela contém os encaiches para os cabos de alimentação e um ventiladorzinho de refrigeração conhecido por fan.
Esta é uma fonte de alimentação removida do gabinete. A chave pequena vermelha serve para selecionar a tensão 110/220V, o plug de 3 pinos serve para ligar o cabo que vai na tomada e o orifício maior é ocupado pelo fan.

O interior de uma fonte de alimentação.

Fontes de alimentação, também conhecidas como "fontes de alimentação chaveadas", usam uma tecnologia de chaveamento para converter tensão alternada em tensão contínua. As tensões de saída típicas fornecidas são:


3,3 volts
5 volts
12 volts


Tensões de 3,3 e 5 volts são tipicamente usadas pelos circuitos digitais, enquanto 12 volts é usado para funcionar motores de drives de disco e ventiladores. A principal especificação de uma fonte de alimentação é sua potência em watts. Um watt é o produto da tensão em volts pela corrente em amperes.


Atualmente você liga o PC por meio de um pequeno botão, e você desliga a máquina pelo menu de opção do sistema operacional. Estas características foram adicionadas ao padrão das fontes de alimentação já faz alguns anos. O sistema operacional envia um sinal para a fonte de alimentação que diz para ela desligar. A fonte de alimentação também tem um circuito que fornece 5 volts, chamado VSB para "tensão de espera" inclusive enquanto ela está "desligada", de forma que o botão a ligará ao ser pressionado e enviar o sinal.


Tecnologia de Chaveamento


Antes de 1980 as fontes de alimentação tendiam a ser pesadas e volumosas. Elas usavam transformadores grandes e pesados e capacitores enormes (alguns tão grandes quanto latas de refrigerante) para converter tensão da rede a 120 volts e 60 hertz em tensão contínua de 5 volts e 12 volts.

As fontes de alimentação chaveadas usadas atualmente são muito menores e mais leves. Elas convertem a corrente de 60-hertz (Hz, ou ciclos por segundo) para uma freqüência muito mais alta, significando mais ciclos por segundo. Esta conversão permite que um transformador pequeno, de peso leve, seja usado na fonte de alimentação para baixar a tensão de 110 volts (ou 220 em certos locais) para a tensão necessária ao componente de computador particular. A corrente alternada de alta freqüência provida por uma fonte de alimentação chaveada também é mais fácil de ser retificada e filtrada quando comparada à tensão de 60-Hz original, reduzindo as variações na tensão para os componentes eletrônicos sensíveis existentes no computador.

Nesta foto você pode ver três pequenos transformadores (amarelos) no centro. À esquerda há 2 capacitores eletrolíticos. As peças de alumínio largas são dissipadores de calor. O dissipador de calor a esquerda tem transistores presos a ele. São estes transistores que fazem o chaveamento - eles provêm alta freqüência aos transformadores. No dissipador de calor da direita há diodos que retificam o sinal de corrente alternada e os transformam em corrente contínua.


Uma fonte de alimentação chaveada puxa somente a potência de que precisa da rede elétrica. As tensões e correntes típicas providas por uma fonte de alimentação são mostradas no rótulo da mesma.

Rótulo de uma fonte de alimentação de microcomputador.

Padronização das fontes de alimentação.


Com o passar do tempo, houve pelomenos seis diferentes padrões de fonte de alimentação para computadores pessoais. Recentemente, a indústria concordou em usar o padrão baseado nas fonte de alimentação ATX. Esta por sua vez é uma especificação de indústria que significa que a fonte de alimentação tem as características físicas para ajustar em um encapsulamento ATX padrão e as características elétricas para trabalhar com uma placa mãe ATX.
Os cabos de fontes de alimentação de PCs usam conectores que tornam difícil a ligação errada da fonte ao componente. Os fabricantes de fan também freqüentemente usam os mesmos conectores que os usados nos cabos de drives de disco, permitindo que um fan obtenha os 12 volts facilmente. Fios de cores codificadas e conectores de padrão industrial tornam possível que o consumidor tenha muitas escolhas para a substituição da fonte de alimentação.

Conector principal de alimentação da placa mãe.


O conector principal que liga a placa mãe à fonte ATX é o Molex 39-29-9202 (ou equivalente) de 20 pinos, conector estilo ATX (veja figura abaixo). Primeiramente usado na fonte de alimentação ATX, também é usado na forma SFX ou qualquer outra variação baseada na ATX. As cores para os fios listados na tabela abaixo são as recomendadas pelo padrão ATX; porém, elas não são requeridas para complacência à especificação, assim elas podem variar de fabricante para fabricante.

Conector de alimentação auxiliar


Com o avanço da tecnologia das placas mães e processadores, a necessidade de potência ficou maior. Em particular, foram projetados chipsets e DIMMs para funcionar em 3.3v, aumentando a demanda de corrente naquela tensão. Além disso, a maioria das placas incluem reguladores de tensão na CPU para converter +5v nos níveis de tensão sem igual requeridos pelos processadores que a placa suporta. Eventualmente, as altas demandas de corrente nas saídas de +3.3v e +5v estavam provando ser muito para o número e medida dos fios usadas. Conectores derretidos estavam se tornando mais e mais comuns com o aquecimento excessivo dos fios.


Finalmente, a Intel modificou a especificação de ATX para somar um segundo conector de alimentação para as placas mães de padrão ATX. O critério era que se a placa mãe precisasse mais que 18A de +3.3v de potência, ou mais que 24A de +5v de potência, um conector auxiliar seria definido para levar a carga adicional. Estes níveis mais altos de potência normalmente são necessários em sistemas que usam de 250 watt a 300 watt ou mais.


Este é um conector de tipo Molex de 6 pinos (veja figura abaixo). É feito para prevenir desencaixe.


Padrão de cores dos fios do conector auxiliar de alimentação


Se sua placa mãe não tem encaixe para um conector auxiliar, é porque ela não foi projetada para consumir uma grande potência, e o conector auxiliar da fonte de alimentação pode ser deixado desconectado. Se sua fonte de alimentação é de 250 watts ou mais, você deveria assegurar que exista este conector e que sua placa mãe seja capaz de aceitá-lo. Pois o conector auxiliar alivia a carga no conector de alimentação principal.


Conector ATX12V


A alimentação do processador vem de um dispositivo chamado módulo regulador de tensão (Voltage Reguler Module - VRM) que é construído na maioria das placas mães modernas. Este dispositivo sente as tensões requeridas pela CPU (normalmente por pinos do processador) e se calibra para prover a tensão para funcionar a CPU. O desenho de um VRM permite que a tensão de entrada seja de 5v ou 12v. A maioria usou 5v durante anos, mas muitos estão convertendo agora para 12v por causa das mais baixas exigências de corrente àquela tensão. Além disso, os 5v já poderiam ser carregados através de outros dispositivos, considerando que, tipicamente, só motores usam os 12v. Se o VRM em sua placa usa 5v ou 12v depende da placa mãe particular ou do desenho do regulador. Muitos reguladores de tensão modernos são circuitos integrados projetados para funcionar com entrada entre 4v e 36v, assim cabe ao desenhista da placa mãe planejar como eles serão configurados.


Embora a maioria dos projetos de VRM de placas mães desde o Pentium III ao Athlon/Duron usem reguladores de 5 volts, há uma transição para usar reguladores de 12v. Isto ocorre porque a tensão mais alta reduzirá a corrente significativamente. Como um exemplo, usando a mesma CPU AMD Athlon 65W 1GHz, você obtém menos corrente com os vários níveis de tensão mostradas na tabela abaixo.


Como você pode ver, usando 12v para alimentar o chip resulta em apenas 5.4A de corrente, ou 7.2A assumindo 75% de eficiência por parte do regulador.

Assim, modificar o circuito VRM da placa mãe para usar os +12v de alimentação parecia simples. Infelizmente, o desenho padrão ATX 2.03 de fonte de alimentação tem apenas uma única saída de +12v no conector de alimentação principal. O conector auxiliar não tem nenhuma saída de +12v, de forma que não há nenhuma ajuda para a modificação. Saindo acima de 8A de um único fio de 18ga. que provê +12v de alimentação à placa mãe é uma receita para um conector derretido.


Para aumentar a alimentação em +12v na placa mãe, a Intel criou uma nova especificação ATX12V. Ela soma um terceiro conector de alimentação, chamado de conector ATX12V, especificamente para prover +12v à placa mãe. Este conector é mostrado na figura abaixo.

Padrão de cores dos fios do ATX12V



Se você está substituindo sua placa mãe por uma nova que requer a conexão ATX12V para o regulador de tensão da CPU, e sua fonte de alimentação não tem aquele conector, uma solução fácil está disponível. Somente converta um dos conectores de alimentação periféricos a um tipo ATX12V. Existe um adaptador que pode transformar qualquer fonte de alimentação ATX padrão em uma com um conector ATX12V. A questão não é se a fonte de alimentaão pode gerar os 12v necessários — que sempre estiveram disponíveis pelos conectores periféricos. O adaptador ATX12V mostrado na figura abaixo resolve o problema de conector muito bem.


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